terça-feira, 11 de junho de 2013

Coluna Infinitum - A sonda espacial Kepler





 Adriana Oliveira Bernardes
adrianaobernardes@uol.com.br

A sonda espacial Kepler


Sondas espaciais são naves lançadas ao espaço com o objetivo de estudar os corpos celestes, sejam eles estrelas, planetas, satélites naturais ou ainda cometas e asteroides. A sonda espacial Kepler tem por objetivo procurar planetas extrassolares, ou seja, planetas que se encontram fora do nosso Sistema Solar.

Isto ocorre apesar de o conhecimento que temos do nosso próprio Sistema ainda estar bem longe de tornar-se pleno. Temos muito que conhecer ainda dos nossos próprios planetas e suas luas, a fim de que, eventualmente, sirvam num futuro próximo, quem sabe, de base para viagens cada vez mais longas aos confins do Sistema Solar.

A sonda espacial Kepler foi lançada em março de 2009 de Cabo Canaveral, Flórida, Estados Unidos, pelo veículo espacial Delta II para uma missão de quatro anos. Ela consiste num observatório espacial de 995Kg, provido de um fotômetro (medidor de luz) acoplado a um telescópio do tipo Schmidt de 1,4m que usa uma lente corretora de 0,95m.

A detecção de planetas extrassolares pode ser realizada quando o telescópio, em trânsito, passa na frente da estrela que orbita. O trânsito produz alteração no brilho da estrela, que é detectada pelo fotômetro do Kepler. Veja na figura abaixo, a imagem da Sonda Espacial Kepler:

Sonda espacial Kepler

A propósito, o nome da sonda é uma homenagem ao físico alemão Johannes Kepler, que, através dos dados obtidos pelo astronômo Tycho Brahe, elaborou três leis no século XVII, chamadas hoje leis de Kepler, relativas às órbitas planetárias. Bom relembrarmos essas leis!









Joahnes Kepler, físico alemão

Se você pensa que as órbitas dos planetas ao redor do Sol são círculos, engana-se! Segundo a primeira Lei de Kepler, as órbitas dos planetas ao redor da estrela que orbita são elípticas. A estrela em questão ocupa um dos focos desta elipse. Sabemos também que as órbitas dos planetas do nosso Sistema Solar não são muito excêntricas, logo as elipses se parecem bastante com círculos, ainda que sejam elipses.

A segunda lei diz que os planetas em órbita de sua estrela cobrem áreas iguais em intervalos de tempos iguais, e a terceira lei diz que o período do planeta é proporcional ao semieixo maior da órbita, ou seja, quanto mais afastado da estrela que orbita, maior será o tempo que irá demorar para dar uma volta completa a seu redor. Por isso Júpiter (5º planeta a partir do Sol) demora 12 anos para dar uma volta completa ao redor da nossa estrela e Saturno (6º planeta a partir do Sol), 29 anos. Matematicamente escreve-se de modo mais detalhado que num Sistema Solar o quociente entre o quadrado do período e o cubo do semieixo maior é um valor constante.

Nos últimos anos vem sendo descoberto um grande número de planetas extrassolares. Alguns deles se encontram na zona habitável, região ao redor da estrela em condições para se encontrar água em estado líquido, o que traz a discussão da instigante possibilidade de vida nesses planetas.
Os cientistas não excluem essa possibilidade, porém lembram que as grandes distâncias interestelares tornariam nossa interação com os mesmos inviável em princípio.

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