sexta-feira, 25 de julho de 2014

Resíduos do vidro podem ser usados na indústria de cerâmica

Pesquisa feita na UENF obteve o 2º lugar no Prêmio Jovem Ceramista 2014

Luciana Simões mostra o resultado de sua pesquisa
Uma pesquisa sobre o aproveitamento dos resíduos do vidro na indústria cerâmica rendeu à aluna Juliana Simões Chagas Licurgo, do curso de Engenharia Metalúrgica do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) da UENF, o 2º lugar no Prêmio Jovem Ceramista 2014, modalidade "universitário", promovido pela Associação Nacional de Cerâmica (Anicer). O resultado do trabalho, realizado no Laboratório de Materiais Avançados (Lamav), foi apresentado em maio, com o artigo: “Aproveitamento de resíduo da etapa de lapidação de vidro em cerâmica vermelha” durante o Congresso Nacional de Cerâmica, realizado em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

Na pesquisa — que durou oito meses e teve como orientador o professor Carlos Maurício Fontes Vieira —  Juliana constatou que é possível aplicar menos água na produção da cerâmica e, ao mesmo tempo, confeccionar um produto de melhor qualidade. Essa associação permite menos danos ao meio ambiente, uma vez que os resíduos do vidro geralmente são subaproveitados — grande parte deste material acaba sendo descartara em aterros, ou, então,diretamente no meio ambiente, como em rios, por exemplo.

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da incorporação de até 40% deste resíduo — gerado na forma de lama proveniente da etapa de lapidação da fabricação de vidros — em cerâmica vermelha. Os resultados indicaram que o resíduo altera as propriedades da cerâmica vermelha com redução da absorção de água  e aumento da resistência mecânica.

A pesquisa foi feita no LAMAV/UENF
Vantagens – O professor Carlos Maurício destaca como uma das vantagens desta técnica a redução do uso de argila, o que traz vantagens ao meio ambiente, uma vez que este é um recurso natural não renovável. A diminuição na quantidade de água, por sua vez, diminui o gasto energético na etapa de secagem, diminindo a retração de secagem e acarretando também um menor risco de aparecimento de defeitos dimensionais. Ele destaca ainda a melhoria da qualidade do produto, com a redução na absorção de água  e aumento da resistência mecânica.

— Além disso, há o reuso do resíduo como um subproduto e possível redução do custo para a empresa geradora. A disponibilidade do resíduo para as indústrias de cerâmica vermelha pode ter um custo menor do que a sua disposição em aterros sanitários industriais — conclui.

O trabalho também foi apresentado no VI Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT), realizado de 02 a 06/06/14 no Centro de Convenções Oscar Niemeyer da UENF. O Prêmio Jovem Ceramista é promovido pela Anicer com o apoio da Associação Brasileira de Cerâmica (ABC) e tem como objetivo estimular as pesquisas voltadas para a indústria de cerâmica vermelha e premiar projetos com destaque inovador e que contribuam para o desenvolvimento do setor. O primeiro lugar ficou com o artigo “Obtenção de um compósito cerâmica-polímero para a produção de telhas cerâmicas com a eliminação da etapa de queima”, do aluno Fábio Rosso, do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), de Santa Catarina.

Cilênio Tavares
Fotos: Paulo Damasceno

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