quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Coluna Infinitum


As contribuições de Hiparco para a astronomia



Adriana Oliveira Bernardes
adrianaobernardes@uol.com.br


Não há como falar na história da astronomia e não lembrar da contribuição de Hiparco. O grego, nascido no século II a.C. em Nicéia, possui títulos interessantes. Teria sido considerado “pai da trigonometria” ou “pai da astronomia”? Bom, na verdade, não importa. Sua contribuição foi gigantesca e a aplicação da trigonometria à astronomia é enorme.

A origem da trigonometria, área a que Hiparco deu grande contribuição, é incerta, mas surgiu devido  a problemas do dia a dia, relacionados com astronomia, agricultura, entre outras áreas.

Hiparco foi um astrônomo e matemático que fazia parte da escola de Alexandria, juntamente com Aristarco, Eratóstenes e Ptolomeu, outros grandes filósofos gregos. Foi ele quem criou a primeira tabela trigonométrica, que auxiliaria muito nos cálculos de astronomia realizados na época.

Hoje em dia, temos conhecimento das grandes dificuldades dos alunos nas áreas de ciências e matemática. O Pisa, exame internacional de alunos, que ocorre de dois em dois anos, coloca o Brasil entre os últimos colocados nestas áreas.

Mas há uma pergunta que sempre me ocorre: por que este desinteresse tão grande dos alunos pela área? Não seriam os recursos utilizados pelos professores um fator importante neste caso?

Sabemos que as aulas expositivas são o recurso mais utilizado por professores, não só da área de exatas, como também de humanas e saúde. Porém, vivemos num mundo tecnológico e acaba tornando-se difícil para os alunos aprender da mesma forma que se fazia há 200, 300 anos. Ora, o ensino deve estar centrado no aluno, não no professor. Uma aula expositiva é centrada no professor e isto prejudica e muito o aprendizado.

Muita vezes nem mesmo uma aula “dialogada” é possível. Muitos temem que uma possível interação os leve a assuntos que não dominam.

Toda esta situação absurda acontece nas escolas. A visão do professor como um orientador de estudos ainda permanece distante, mas é para isto que o professor está na escola.  Na era do conhecimento, saber tudo é praticamente impossível.

A história da matemática, por exemplo, é incrivelmente motivadora ao aprendizado desta disciplina, mas poucos a utilizam como recurso em sala de aula.

Ilustração de Hiparco de Nicéia

Falar sobre Hiparco, o mundo em que viveu e sua motivação para desenvolver seu trabalho seria importantíssimo num curso de trigonometria. Entre outras coisas, Hiparco foi o responsável pela elaboração de um catálogo de estrelas, o mais completo da Antiguidade. O objetivo deste catálogo era servir aos estudos dos astronômos de sua época. Assim, se alguém precisasse consultar a existência ou não de uma estrela poderia com sucesso verificar no catálogo que criou.

Sua ideia era que todas as estrelas deveriam constar num catálogo. Uma grande motivação para isto foi o fato de em 34 A.C. ter aparecido na constelação do Escorpião uma nova estrela no céu.
Neste mapa, Hiparco utilizou o mesmo método utilizado por outro fantástico matemático, Eudoxo de Cnidos, para localizar estrelas. Tratava-se de um método muito conhecido — o de localização por latitude e longitude —, que depois foi adaptado à Terra.

Apesar de todo este trabalho fantástico, Hiparco não acreditava nas ideias de Aristarco de Samos, o primeiro a idealizar um sistema planetário heliocêntrico.

Modelo Geocêntrico do sistema solar, no qual acreditava Hiparco.


Desde aquele tempo, já se pensava na razão entre os tamanhos da Terra e da Lua, da Terra e do Sol. Foi assim que Aristarco de Samos, através da lógica, cogitou que, sendo o Sol tão maior que a Terra, não poderia ele orbitá-lo, devendo ser o contrário.

Apesar do fato, seu trabalho é fantástico e deveria ser levado a alunos de ensino médio para motivá-los ao aprendizado de matemática, e quem sabe, também ao aprendizado da astronomia.

SUGESTÃO DE SITE:

Site do Observatório Nacional, que oferece cursos de astrofísica ao público em geral. Num deles é abordado o trabalho de Hiparco.

http://www.on.br

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