quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Coluna Infinitum


 Observando o céu: da Antiguidade aos dias atuais


Adriana Oliveira Bernardes
adrianaobernardes@uol.com.br

Desde de seu surgimento no planeta Terra, o homem sempre observou o céu. Os fenômenos mais comuns ligados aos astros principais — o Sol, a Lua e as estrelas — faziam parte de seu dia a dia.
O Sol nascia e se punha todos os dias e, assim como a Lua e as estrelas, era observado com atenção. O fato fez com que as pessoas acreditassem que estes se moviam e a Terra permanecia imóvel.

Na Antiguidade — período que compreende da invenção da escrita até o ano 3.500 a.C., no qual já era possível registrar a história —  o homem olhava com curiosidade os fenômenos que ocorriam no céu e os vinculava a castigos dos deuses.

Naquela época, as civilizações adoravam várias divindades. O monoteísmo surgiu muito tempo depois — as primeiras civilizações eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses.

Eclipses, conjunção de astros, cometas, entre outros fenômenos poderiam significar para eles um indício de que estava po vir um período de guerra ou fome. Nesta época, as ideias sobre o mundo provinham das religiões. Assim, as primeiras cosmologias sofreram grandes influência destas crenças.

Cosmologia é a ciência que explica a origem, estrutura e evolução do universo.  Na Antiguidade surgiram algumas cosmologias. Segundo a cosmologia egípcia, por exemplo, o universo era formado pelo Deus da Terra (Geb), também considerado deus da morte, pela Deusa do Céu Nut, que era casada com Geb, e pelo deus do Ar (Shut), que sustentava o céu, apoiando-se sobre a Terra.



Cosmogonia egípcia: Geb, Shut e Nut


A cosmologia grega nos deu contribuições importantes, como as teorias Geocêntrica e Heliocêntrica.
A Teoria Geocêntrica, na qual a Terra é o centro do universo, predominou por muito tempo. Nela acreditaram grandes filósofos gregos, como Aristóteles e Ptolomeu, sem contar Hiparco, um dos maiores astrônomos de sua época. Só mais tarde apareceu a Teoria Heliocêntrica, na qual o Sol era considerado o centro do universo.

Aristarco de Samos, filósofo grego, foi o primeiro a cogitar que o Sol, e não a Terra, era o centro do Sistema Solar. O que, na verdade, significa o mesmo que o centro do universo, pois não se acreditava que houvesse mais nada além do Sol, da Lua, dos planetas e das estrelas.

As considerações de Aristarco foram feitas pensando nos tamanhos do Sol, Terra e Lua, que eram conhecidos na época. Como podia então o Sol orbitar a Terra sendo ele muito maior?

Copérnico (1473-1543), astrônomo e matemático polonês, retomou a teoria Heliocêntrica, que foi publicada quando já estava em seu leito de morte. Nesta época, as pressões para que a teoria Geocêntrica prevalecesse eram muito grandes.



Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble da Galáxia

Observações do céu com cunho científico foram realizadas somente no século XVII e tiveram como precursor o físico e matemático italiano Galileu Galilei, que foi um grande colaborador para o fortalecimento da teoria Heliocêntrica, assim como o alemão Johannes Kepler.

O telescópio tal qual conhecemos hoje surgiu nesta época. Foi criado pelo alemão fabricante de óculos Hans Lippershey (1570-1619) e apenas aperfeiçoado por Galileu Galilei (1564-1642). Mas é bom ressaltar que o primeiro a utilizá-lo para observações do céu foi realmente Galileu.

Na época, o pensamento aristotélico prevalecia. Logo, a criação do telescópio contribuiu muito para que muitas destas ideias caíssem, como por exemplo a ideia de um mundo perfeito e imutável, que tornava-se insustentável com a descoberta das crateras da Lua e das manchas solares.

Tanto as crateras da Lua quanto as manchas solares foram descobertas por Galileu com o telescópio que ele aperfeiçoou. Galileu também foi o responsável pela descoberta de que Vênus tinha fases, assim como a lua.

A observação de que outros planetas também possuíam satélites como a Terra levava a crer que nosso planeta era apenas mais um no Sistema Solar.

A ciência faz parte do nosso dia a dia. Porém nem todo mundo se dá conta de que funcionamento de muitas coisas que fazem parte de seu cotidiano são de domínio da ciência.



Hershel com o telescópio construído por ele descobre o planeta Urano

 O entendimento da ciência é muito importante também para o cidadão comum. A ciência de modo algum pode ser vista como algo distante de nós. É algo que vivenciamos em nosso dia a dia, e compreendê-la torna nossa vida muito melhor.

Por isso é fundamental que se modifique o ensino nas escolas no que concerne ao aprendizado das ciências. Física, Química e Biologia precisam ser ensinadas de forma contextualizada nas escolas, ou seja, apresentando seu relacionamento com a vida cotidiana.




Telescópio Espacial Hershell

Hoje contamos com telescópios e sondas espaciais para observarmos o céu. Além do conhecido telescópio espacial Hubble, temos ainda outros importantes, como a sonda Kepler, o telescópio Herschel e também o Planck, além de vários outros.

A característica principal destes equipamentos é contribuírem  com os dados obtidos para novas teorias cosmológicas, que um dia substituirão a famosa teoria do Big Bang.


SUGESTÕES DE SITE:
Site do Telescópio Kepler:
http://www.kepler.nasa.gov

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