terça-feira, 5 de junho de 2012

O aborto no Brasil: um caso de saúde pública

Marinete dos Santos Silva*

Marinete dos Santos Silva
O pensamento conservador no Brasil tem, no meu entender, uma vertente apocalíptica. Quando algo o contraria, faz previsões catastróficas. Lembro-me do ano de 1974, quando o projeto de lei que instituiu o divórcio estava sendo debatido. Os que não queriam o divórcio argumentavam que, caso a lei passasse no Congresso Nacional, a família brasileira estaria ameaçada. Seria o apocalipse: lares desfeitos, crianças com os pais separados etc. O divórcio virou lei porque o Estado precisava  regularizar a situação de milhares de filhos de pais desquitados ou separados que eram tidos como bastardos. A lei do divórcio veio para regularizar essa situação e dar às pessoas infelizes no casamento a possibilidade de recomeçar uma nova vida. Os católicos nunca admitiram o divórcio sob a alegação de que o que “Deus uniu o homem não separa”. Dessa forma, pressupõe-se que os católicos não se divorciem e continuem a levar em frente uma união infeliz e mortificante. O Estado brasileiro, que é laico desde a 1ª Constituição Republicana, datada de 1891, não se pautou pelos preceitos católicos e sancionou o divórcio deixando aos não-católicos a possibilidade de utilizá-lo em caso de necessidade.

Durante os debates sobre o divórcio, os que a ele eram contrários acamparam na porta do Congresso Nacional em vigília, fazendo previsões terríveis a respeito do que viria caso ele fosse aprovado. Essas previsões não se concretizaram, a família não acabou, os casamentos continuaram a acontecer e os divórcios também.

Nos anos 90 do século passado, foi instaurado um grande debate sobre o salário mínimo que valia menos de 100 dólares. Um senador do PT do Rio Grande do Sul, Paulo Paim, quase que diariamente subia a tribuna para falar daquilo que ele considerava uma vergonha nacional: o salário mínimo abaixo de 100 dólares. De certa feita, no auge da empolgação, rasgou um exemplar da Constituição Brasileira sob a alegação de que os seus preceitos de nada valiam, pois o salário mínimo que era pago ao trabalhador brasileiro a desrespeitava.

Os contrários ao aumento do mínimo argumentavam que, caso ele chegasse a 100 dólares, as empresas quebrariam e o país não resistiria. O tempo passou, o governo de Fernando Henrique Cardoso acabou e o que vimos no governo subsequente do presidente Lula foi o aumento do salário mínimo, que hoje gira em torno de 300 dólares. As previsões catastróficas dos que eram contra não se cumpriram. Pelo contrário, a economia do país vai bem e vemos um aumento do poder de compra das pessoas em geral. Observamos também a emergência da famosa classe C, formada, segundo o que dizem as fontes oficiais – IBGE, FGV –, por milhares de pessoas que hoje têm acesso a bens de consumo como viagens de avião, antes só acessíveis aos mais ricos.

Na primeira década do século XXI, o debate girou em torno dos homossexuais, que foram às ruas em passeatas que reuniam milhares de pessoas, reivindicando a união civil entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia.

Novamente os conservadores fizeram previsões catastróficas: será o fim da família, não podemos aceitar tal coisa. O Estado, mais uma vez, pautou sua ação não pela ética religiosa, cristã, mas pela sua própria lógica. Se os homossexuais – mulheres e homens – já vivem juntos independentemente de ser legal ou não a sua união, que a mesma se legalize e que os cidadãos e cidadãs que trabalham e pagam seus impostos possam regularizar a sua questão patrimonial e sucessória, assim como os benefícios dos planos de saúde e pensões. O Supremo Tribunal Federal bateu o martelo e hoje a união civil entre pessoas do mesmo sexo é uma realidade legal. E a família como vai? Essa vai muito bem, pois os gays já estão até adotando crianças e tocando suas vidas. O mundo, ao que tudo indica, não acabou.

Nos dias que correm, parece que a questão eleita pelo pensamento conservador é o aborto. O Código Penal Brasileiro, que data de 1947, prevê a possibilidade de aborto em dois casos: risco de vida para a mãe e gravidez proveniente de estupro. Embora previstos em lei, as mulheres brasileiras não podiam se beneficiar dessas possibilidades, pois as mesmas não haviam sido regulamentadas. Somente no governo de Fernando Henrique Cardoso, durante a gestão de José Serra à frente do Ministério da Saúde, é que houve essa regulamentação. A possibilidade de aborto em caso de feto anencéfalo só recentemente entrou na pauta das discussões, em face da decisão do STF permitindo-o. Parece, entretanto, que o pensamento conservador não gostou da decisão do Supremo e volta à carga prenunciando um novo fim do mundo.

O aborto até 12 semanas de gestação é um direito das mulheres em todos os países desenvolvidos da Europa: França, Alemanha, Noruega, Itália, Suécia, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Inglaterra, Suíça e até Portugal, considerado um país extremamente conservador. No continente americano, ele é permitido nos Estados Unidos e no Canadá. Foi um direito conquistado pelo movimento feminista, que se articulou com  vários outros setores da sociedade nos anos 60 — os chamados Anos Rebeldes — e que foi para as ruas exigindo os direitos expressos nos slogans: “trabalho igual, salário igual” e “meu corpo me pertence”. Nesse último slogan estava impresso o desejo das mulheres de controlar o próprio corpo, onde se dá a gestação.

Vale lembrar que a 4º Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada pela ONU em Pequim em 1995 e que contou com a participação do Brasil, exarou um documento final do qual o nosso país é signatário. Por ele, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres são considerados direitos humanos e devem ser respeitados por todos os países que o assinaram. Não é, pois, de se estranhar que na sequência tenha sido regulamentado no Brasil o aborto em caso de estupro e de risco para a vida materna e que o STF tenha legalizado o aborto em caso de anencefalia. Essas medidas não foram, pois, urdidas por “grupelhos de esquerda”, foram o resultado de compromissos legais assumidos pelo Brasil internacionalmente.   

A Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, atualmente chefiada pela socióloga Eleonora Menucucci, já fala da legalização do aborto até 12 semanas de gestação como uma medida de saúde pública e antes dela, o ministro da Saúde do governo Lula, José Gomes Temporão, já havia batido na mesma tecla. No Brasil são feitos por ano milhares de abortos ilegais com consequências funestas para as mulheres. São utilizados talos do mamoeiro, agulhas de tricô, chás de ervas que causam intoxicações graves, sondas e Citotec. As mulheres pobres são as mais vitimizadas, pois só têm acesso ao aborto inseguro e realizado em péssimas condições de higiene. Invariavelmente, acabam em um hospital do SUS para a realização de curetagem e combate às infecções que sobrevêm. Ocupam leitos, gastam recursos públicos e dão prejuízo ao Estado. Muitas ficam internadas por vários dias. As mulheres ricas e de classe média se dirigem às clínicas de aborto que existem por todo lado na capital do nosso Estado e, pela quantia de mil e quinhentos reais, fazem um procedimento razoavelmente seguro com anestesia e que dura cerca de 10 minutos. Saem da clínica caminhando, sem problemas, e podem retomar a vida normal no dia seguinte. O fato de o aborto ser proibido não impede que as clínicas estejam abertas ou que o Citotec seja vendido nas farmácias. As mulheres, historicamente, sempre procuraram alternativas para uma gravidez indesejada e continuaram a fazê-lo independentemente de ser considerado crime ou pecado.

O Estado brasileiro, que é laico, mais uma vez busca pautar sua ação não pela ética cristã, muçulmana ou budista, mas pela racionalidade econômica. O aborto é uma realidade. O estado despende grande soma de recursos para tratar das sequelas dele provenientes. É, portanto, mais barato financiar um aborto seguro, em boas condições higiênicas e que não necessita de internação. As leis e decisões judiciais vêm sempre ao encontro daquilo que a sociedade já pratica. Elas não surgem, em geral, em função de pequenos grupos, sejam de esquerda ou de direita.

Geralmente, o pensamento conservador contrário ao aborto fala em preservar a vida, mas esquece que o conceito de vida é uma decisão sociocultural e que tem uma historicidade. Na Idade Média, por exemplo, a Igreja Católica permitia o aborto até o feto movimentar-se no ventre materno, o que se dá por volta do quarto mês de gestação. Considerava-se que só então se tratava de um ser humano. Quando afinal começa a vida? Poderíamos determinar o seu começo no sêmen do homem. Nesse caso dever-se-ía proibir a masturbação masculina? Ou então no óvulo da mulher. A menstruação das mulheres deveria então ser proibida?

A Igreja Católica é contrária às experiências científicas com células embrionárias e tentou impedi-las acampando na porta do STF. Novamente o Tribunal considerou legal a realização dessas experiências, não entendendo como vida o embrião que seria descartado pelas clínicas de fertilização humana.

Nesse debate acerca da implantação do aborto no Brasil — com um atraso de 40 anos em relação aos países desenvolvidos, é bom que se diga — o falso moralismo desempenha um papel importante. Na última eleição presidencial, vimos a esposa do candidato José Serra acusar a atual presidenta Dilma Roussef de “abortista” e de “assassina de criancinhas” pelo fato de a mesma ser favorável à legalização do aborto. Em meio ao debate, a máscara da senhora tão favorável à vida caiu quando uma de suas alunas revelou que ela havia feito um aborto no Chile, quando José Serra era refugiado político. Muitos homens e mulheres que já pagaram abortos ou já o fizeram procuram, talvez, purgar a culpa que sentem por acreditarem ter feito algo errado com uma posição radical contrária à sua legalização. Creio que devemos ter bom senso e pensarmos que chegou o tempo de as mulheres deixarem de ser objetos da reprodução e passarem a ser sujeitos da mesma. A legalização do aborto não significa que todas as mulheres serão obrigadas a fazê-lo. As que são contrárias, evidentemente, não o farão. Entretanto, as demais terão ao seu dispor essa possibilidade, caso assim o desejem. A lógica do Estado não está pautada, portanto, em qualquer tipo de ética religiosa. Que isso fique bem claro para todos e todas.

* Professora do Laboratório de Estudo da Sociedade Civil e do Estado (LESCE) do Centro de Ciências do Homem (CCH) e coordenadora do Atelier de Estudos de Gênero (ATEGEN) da UENF.

26 comentários:

  1. Excelente texto. Bem contextualizado politica e historicamente. Sem dúvida coloca as informações claras, com fontes e de forma não odiosa como uma das postagens anteriores.

    O desfecho foi muito bom, frisando que o Padim Serra, o vitimado por uma bolinha de papel, usou o discurso canalha criacionista para arrebanhar alguns votos da direita cristã e hipócrita brasileira.

    Aparentemente e assustadoramente nossa universidade tem uma forte veia pseudo-científica. Vide a fila para ver o Augusto Cury ano passado na "Semana de IC".

    Parabéns professora !

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    1. Concordo plenamente. A vinda de Cury foi vergonhosa para a UENF.

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  2. Janilson Pessoa Cbaral5 de junho de 2012 às 18:22

    Congratulações pela brilhante abordagem. Meus sinceros parabéns!

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  3. Que pena que a sua mãe não abortou você, professora! A senhora teria uma experiência prática! Só não estaria aqui para compartilhar, nem tratar mal aos colegas e nem descontar frustrações em ninguém!
    Claro que não é uma ofensa. É só um exemplo prático do que acontece no aborto: um ser humano desagradável para uma pessoa ou um grupo social, indesejável e mal quisto é eliminado sumariamente da vida, sem direito à defesa.

    Suas comparações foram totalmente desproporcionais e forçadas!

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    1. Uau... Que virulência! Me impressiona uma pessoa formada em ciências humanas, nas “humanidades”, defender o assassinato de seres humanos, e ainda por cima usando falácias do tipo: quem é contra o aborto gostaria de poder “proibir a masturbação masculina” ou a “menstruação das mulheres”. Professora, um feto anencéfalo não tem cérebro ou parte dele, mas mesmo ele é o resultado da união de um espermatozóide com um óvulo. Assim é concebido um ser humano. Acho que a senhora deve ter aprendido isso na escola. Isso é ciência, não é religião. Além disso, se como a senhora diz, o aborto é “uma realidade” no Brasil, e por isso é melhor legalizar, então, como a corrupção e o roubo do dinheiro público também são uma (triste) realidade, deveriam ser legalizados. Aliás, a esquerda no poder há quase 10 anos e que a senhora apóia adoraria que isso acontecesse, não é? Engraçado, quando interessa a voces sociólogos, o que é bom para os gringos, é bom para o Brasil. Professora, não precisamos que suecos ou americanos nos ensinem o que é certo ou errado. Tenha a coragem de pensar com a sua própria cabeça. Uma pergunta: se fosse possivel, a senhora teria permitido que sua mãe a tivesse abortado?

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    2. Tem certos comentários ai, que são necessários que releiam o texto, talvez sejam analfabetos. Parabéns professora, A senhora é BRILHANTE.

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    3. Que ótimos comentários de senso comum. Legalize o aborto já.

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    4. srsrsrsrsr...morri de rir com os comentários

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  4. Parabens Professora pela competência argumentativa, objetividade e valentia de sua abordagem. Um exemplo da importância do conhecimento histórico no combate de ideais.
    O conflito moral é próprio da ação política em democracia. Entretanto penso que a política no pode se limitar a proclamação verbal dos princípios. Pelo contrario, com vc bem pontuo no seu argumento, deve atender a realidade concreta na que os princípios serão aplicados, avaliando os contextos e as consequencias de dita aplicação (principio ético de responsabilidade pelas consequencias). A decisão do STF esta munida desta logica.

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  5. Religiosos sempre aparecem para prestar a sociedade sua função de macaco de imitação de sacerdotes.

    Ainda querem dizer que pensam por si só, e criticam o texto sem nada acrescentar.

    A verdade é que no Brasil rico pode fazer aborto e pobre não. Basta ter dinheiro para comprar uma passagem para o Canadá, onde a prática é legalizada.

    Ou seja, rico pode, pobre não pode.

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  6. Brilhante professora Marinete, ótima colocação. A senhora é fonte de inspiração pra muitos alunos.

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  7. Alguns (mas) colegas precisam reler o texto urgentemente, a fim de que enriqueçamos o debate de forma coerente e ponderada.

    Para além de se posicionar contra ou a favor do aborto, é preciso saber como se posicionar sem perder a riqueza que este debate pode oportunizar. Os ataques pessoais à Professora Marinete, além de mesquinhos, demonstram parte desse ódio advindo daqueles (as) que dizem defender a vida, e em nada contribuem para pensarmos com nossas próprias cabeças. Quem, minimamente, observa a realidade que vivemos, sabe que os argumentos apresentados pela Professora são bastante coerentes, além de estarem todos muito bem fundamentados em análises apuradas. Lembrando que pensarmos por nós mesmos não significa desconsiderar outras reflexões, sejam elas seucas, espanholas, chinesas etc.

    E, em tempo, sugiro que tenham mais cuidado com a língua portuguesa, e que interpretem sem má-fé o uso de figuras de linguagem.

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  8. Em tempo, gostaria de corrigir um grave lapso da professora.
    No texto, é dito que "na Idade Média, por exemplo, a Igreja Católica permitia o aborto até o feto movimentar-se no ventre materno, o que se dá por volta do quarto mês de gestação".

    Em verdade, posse dizer seguramente que a Igreja nunca apoiou a prática do aborto. Desde os tempos mais remotos do cristianismo a Igreja condena veementemente essa prática, como atesta, por exemplo, a Didaqué, composta antes do final do século I, que classifica o aborto entre os pecados listados no "caminho da morte":

    "(...)não farás morrer a criança com o aborto, nem a matará depois de nascida." (Didaqué, II, 2)

    "Perseguidores dos bons (…) matam os filhos e fazem perecer com o aborto a uma criatura de Deus" (Ibid. V, 2)

    E assim se considerou desde sempre, como atestado nos Concílios de Elvíra (305) e de Ancira (314), que já proclamava a excomunhão da mulher que praticasse aborto. As penas relavitas ao aborto foram confirmadas pelo Concílio de Mogúncia, em 847. Também Santo Tomás de Aquino, um dos mais proeminentes

    Como a professora não citou a fonte da qual retirou esta informação, fica difícil saber quais dados ela utilizou para se chegar a essa informação. Fazendo-se um exercício especulativo, imagino que ela baseie-se em algumas suposições de Santo Agostinho e outros teólogos, incluindo Santo Tomás de Aquino, os quais especulavam que a alma era infundida no corpo quando o feto já estava formado, o que no entendimento deles ocorria após aproximadamente 40 dias. Porém, isto é muitíssimo diferente de defender, ou mesmo permitir o aborto. Na verdade, estes teólogos, os quais convém lembrar dispunham de pouquíssimas ferramentas científicas, diferenciavam a eliminação do feto (até 40 dias) do aborto, mas ainda sim condenavam veementemente ambas as práticas como um atentado violento à lei natural, o que atesta-se, por exemplo, na obra de Santo Agostinho:

    "Às vezes, chega a tanto esta libidinosa crueldade, ou melhor, libido cruel, que empregam drogas esterilizantes, e, se estas resultam ineficazes, matam no seio materno o feto concebido e o jogam fora, preferindo que sua prole se desvaneça antes de ter vida, ou, se já vivia no útero , matá-la antes que nasça. Repito: se ambos são assim, não são conjugues, e se tiveram esta intenção desde o princípio, não celebraram o matrimônio, mas apenas pactuaram um concubinato" (Santo Agostinho, De nuptiis et concupiscentia. Livro 1, Capítulo 15)

    Entendo que a professora tem todo direito de emitir sua opinião sobre tema tão polêmico, mas antes de tudo é preciso usar da verdade para com aqueles que têm opinião contrária. A maior prova de falta de argumentos em um debate é a tentativa de desqualificação do adversário, e parece-me que é justamente isso que a professora faz ao tentar macular a Igreja com a pretensa aprovação ao aborto em tempos passados. Creio que podemos prosseguir sadiamente com o debate sem precisarmos descer a este nível.

    Atenciosamente,
    Dr. Fabrício Silva

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  9. Parabéns pelo texto, Marinete!
    Alguém precisava responder os absurdos escritos outrora por um outro professor do CCH.
    Assim como água e óleo, o moralismo cristão e o olhar científico não se misturam.
    Att,

    Victor Cesar Torres de Mello Rangel

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  10. Quer dizer que matar um ser humano fora da barriga da mãe é crime, mas dentro da barriga não deve ser considerado crime!? Se a criança acaba de nascer e a mãe mata o filho, a sociedade acha um absurdo e que a mãe deve ser presa. Mas se ela mata dentro da barriga, a sociedade deve considerar algo normal? A mãe deve ter direito sobre seu corpo, mas não sobre a vida que está dentro. Assassinato é assassinato seja onde for! Aceitá-lo só para ir contra a igreja ou por considerar que é algo que já existe e é aceito por outros países é um absurdo! E isso não tem nada a ver com religião.

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  11. Tem certos comentários que tenho vergonha de ler. Certos professores do CCH precisam ser mudados, defendendo o catolicismo... vergonhoso

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    1. Não entendo: é lícito defender o aborto mas é ilícito defender o catolicismo? Dois pesos e duas medidas?
      Dr. Fabrício Silva

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  12. Um argumento contra o aborto é que a legalização, e realização pelo SUS, estimularia as mulheres a uma carnificina. Porém, a cirurgia de mudança de sexo é feita pelo SUS e isso não me parece um convite do governo à realização de tal cirurgia. É preciso deixar as pessoas decidirem suas vidas legalmente.

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  13. Quanta gente reacionária comentando esta matéria!

    É hora de parar de reagir e começar a refletir e raciocinar. Entendam que a professora não afrontou nenhuma Igreja ou crença religiosa, mas apenas fez considerações para concluir como deveriam se pautar as ações do Governo brasileiro, que é um Estado Democrático Laico, onde todos são livres para terem suas próprias opiniões, o que é garantido inclusive pela Constituição.

    Se nós somos religiosos e desejamos viver de acordo com os preceitos defendidos por nossa religião, que ótimo! Isso será bom para nós. O que não podemos é impor nossas crenças a quem não aceita nossa religião, nossas normas e nossos princípios. Não há sentido em, por exemplo, se obrigar um muçulmano a obedecer regras católicas.

    A República Federativa do Brasil é um Estado Demcrático que defende a autodeterminação dos povos e a diversidade cultural e, por isto, pelo menos em nosso território, Igreja nenhuma tem o direito de impor sua vontade às pessoas quando estas estão fora de seus muros, da mesma maneira que os fundamentalistas anti-católicos não têm o direito de agredirem verbalmente as pessoas por causa de suas crenças usando argumentos pseudo-científicos do ateísmo clássico.

    Líder de Igreja nenhuma tem o direito de dizer às mulheres o que fazer, se não estão na pele dessas mulheres entendendo o que elas estão passando.

    Particularmente sou contra o aborto praticado por conveniência financeira ou pseudo-moralista, mas isto não me dá o direito de obrigar as mulheres a fazerem a minha vontade. Cada um faz o que quer com sua própria vida, tendo consciência de que toda ação tem uma consequência que deve ser ponderada.

    Enquanto a Igreja Católica (ou o protestantismo, ou o espiritismo, ou as religiões africanas, bem como o budismo, hinduísmo, judaísmo, islamismo, e até mesmo o ateísmo) não forem capazes de evitar que as mulheres sejam estupradas, ou que os fetos não sejam acometidos por mal-formações, ou ainda que a gestação não ofereça risco à saúde da gestante, nenhuma dessas religiões tem moral alguma para exigir (ou pressionar psicologicamente) que as mulheres não façam o aborto, pois cada caso é diferente do outro.

    Parabéns professora! Admirei muito sua capacidade reflexiva e argumentativa expressada nesta matéria.

    Respeitosamente,

    Thiago Soares
    Mestrando CCTA

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    1. De certo que as mulheres têm o direito de fazer o que quiserem com seus corpos. O problema é que a questão do aborto trata de uma terceira pessoa, a qual tem tanto direito à vida quanto eu ou o senhor.

      Concordo que a Igreja não pode evitar que mulheres sejam estupradas, mas há de se lembrar que a criança é mais uma vítima desta violência. Um assassínio não reduz a dor de um estupro, há soluções muito mais humanas para este problema.

      Também é certo que a Igreja não pode evitar que bebês sejam acometidos por mal-formações, mas se formos querer abortar todos os fetos nesta condição, caminharemos perigosamente para a eugenia hittlerista.

      Por fim, é certo que a Igreja não pode evitar que gestações ofereçam algum risco à gestante, mas entidades católicas, como a Pastoral da Criança, têm dado importantes contribuições no acompanhamento pré-natal em comunidades carentes, o que reduz significativamente os riscos da gravidez. Aliás, a Igreja tem sido muito mais efetiva neste ponto que o Estado, o qual busca sempre a solução menos custosa, esquecendo-se que tratamos de seres humanos, e não de meras estatísticas.

      Dr. Fabrício Silva

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  14. Quanto aluno papagaio que comenta sem ler!!!

    O Thiago Soares, como muitos outros, insiste em dizer que quem é contra o aborto se embasa em motivos religiosos. Coitado! Coitado dele e dos outros papagaios que nem leram o que escrevemos nos comentários e o que o próprio professor Júlio escreveu!

    Já foi explicado que nós, contra o aborto, o somos pq consideramos que o feto é um ser humano, já portador de direitos.

    Sabe o que está parecendo? Que alguém mandou os alunos defenderem a professora... e os mesmos, sem argumentos, estão repetindo um desrespeitoso texto pré estabelecido.

    O que os papagaios de plantão não entenderam é que era para ser um debate impessoal e sem preconceitos.

    Enfim, o que mais tem no mundo é isso: papagaios repetindo gritos de guerra, sem nem saber os fundamentos. São as famosas "massas de manobra"!!! Acabou o debate científico e começou o bate boca infantil. Bom show para vocês!

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    1. Perfeito! E lamentavel observar que isso vem acontecendo na Academia. Mas nao e de se estranhar: ja foi dito que estamos vivendo ja ha 10 anos a "era da mediocridade". Vejam o estado em que se encontram as Universidades Federais, que, nao por acaso, estao em greve? Vejam o estado em que se encontra esses alunos que fazem papel de palhacos, mera massa de manobra, sem exibir um minimo de capacidade de reflexao! Parabenizo ao Fabricio pelas colocacoes equilibradas.

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    2. Mas sao papagaios muito agressivos. Vejam o exemplo de "democracia" deles em O Globo.

      Elba Ramalho diz que tem recebido ameaças de grupos feministas

      Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio20/elba-ramalho-diz-que-tem-recebido-ameacas-de-grupos-feministas-5282831#ixzz1yXWDuDmQ
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  15. Texto muito coerente. divirjo da opinião no que se refere a vida humana. Vejo que a vida começa na concepção, não por uma questào religiosa, mas sim um princípio. A vida humana passa por diversas fases e uma delas é quando somos uma única célula e a partir dali vamos nos desenvolvendo. No dns dessa célula ovo já contém as característica desse novo ser, se é do sexo masculino ou feminino, a cor dos olhos, da pela, a textura dos cabelos. Está tudo ali, já uma vida. Matar por ser muito pequeno, ou por não parecer humano é compreensível para os ignorantes.
    A mulher tem direito de mandar no seu corpo, não na vida que está dentro dela. Ela pode até se matar se quiser, vender ou alugar seu corpo, trocar de sexo, mas matar uma vida só porque está dentro dela não é lícito. Nosso direito termina quando começa o do outro, mesmo se esse outro ainda for do tamanho de uma célula. Valemos pelo que somos e não pelo tamanho que temos.

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  16. Sou contra o aborto.... camisinha é distribuída em postos públicos. Engravida por falta de vergonha na cara!

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  17. Não sou religiosa, achei o texto muito bem escrito, porém não concordo.
    E acredito que certos comentários nada acrescentaram...

    Sou contra o aborto, e extremamente contra os grupos que se dizem feministas usarem do argumento "devemos ter direito ao nosso próprio corpo"... nós temos direitos, o SUS distribui gratuitamente anticoncepcionais e preservativos em todos os postos de saúde. A legalização do aborto, fará com que os nossos impostos pagem por um ato de irresponsabilidade (transar sem o uso do preservativo)... Aí a mulher cheia de direitos, sendo rica ou pobre aborte com a maior naturalidade do mundo... e o que faremos com a disceminação das doenças sexualmente transmissiveis???
    Talvez não fique tão barato assim, professora!

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