Rio Tietê (SP). (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress) |
No entanto, este processo esbarra em um problema: o lento crescimento dos vegetais e sua reduzida biomassa. Uma forma de intensificar a produção de biomassa é a utilização de bioinoculantes promotores do crescimento vegetal. Em sua pesquisa de doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia da UENF, a bióloga Aline Chaves Intorne mostrou que a bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus tem vasto potencial para a promoção do crescimento vegetal, podendo contribuir para uma maior eficácia do processo de fitorremediação.
— Concluimos que esta bactéra é um organismo promissor e que merece atenção da comunidade científica. Seu potencial biotecnológico não abrange somente a agricultura, onde se concentra o maior número de trabalhos, mas inclui também indústria de alimentos, construção civil, metalurgia e farmacêutica — afirma Aline, que teve a orientação do professor Gonçalo Apolinário, do Laboratório de Biotecnologia (LBT) da UENF.
Isolada em 1988, a bactéria G. diazotrophicus teve seu genoma sequenciado recentemente, impulsionando estudos de genômica funcional. Trata-se de uma bactéria promotora do crescimento vegetal identificada como um endofítico diazotrófico (micro-organismo que vive no interior de plantas, capaz de fixar nitrogênio).
— A pesquisa teve por objetivo explorar as características relevantes desta bactéria, com ênfase em sua resistência a metais pesados. Faltam estudos quanto à produção de sideróforos e fitormônios, por exemplo, que são características importantes para a promoção do crescimento vegetal.
Embora sejam muito úteis na indústria, os metais pesados estão entre os agentes tóxicos mais conhecidos. Entre os mais perigosos estão o mercúrio, o cádmio (encontrado em baterias de celulares), o cromo e o chumbo. Muitos metais são essenciais para o crescimento dos organismos, mas em baixas concentrações. Em quantidade excessiva eles podem provocar diversas doenças no organismo humano, algumas muito graves.
Acesse aqui a tese de doutorado de Aline.
Fúlvia D'Alessandri
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