sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Conhecendo a Floresta Atlântica


Palicourea

A cobertura da Floresta Atlântica, que na época do descobrimento do Brasil estendia-se por uma área de 1,3 milhões de quilômetros quadrados (do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul), abrange hoje apenas 7,9% da área original. Mais de 80% dos fragmentos florestais que ainda restam correspondem a áreas com menos de 50 hectares. A preservação destas áreas requer, entre outras coisas, o conhecimento das espécies que nelas habitam.

A pesquisa de mestrado da bióloga Camilla Ribeiro Alexandrino, pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia da UENF, buscou exatamente ampliar os conhecimentos sobre as espécies vegetais que habitam a Floresta Atlântica. As espécies escolhidas foram as dos gêneros Palicourea e Rudgea — ambas pertencentes à tribo Psychotrieae, que por sua vez integra a subfamília Rubioideae, incluída na família Rubiaceae.

— Estes gêneros têm tido suas delimitações taxonômicas  discutidas na literatura. A pesquisa confirmou a separação dos gêneros e ainda uma separação intraespecífica com relação às espécies do gênero Rudgea. O fato sugere a existência de características na anatomia foliar destas espécies que podem auxiliar na discussão sobre os limites entre estes gêneros da tribo Psychotriaea — explica Camilla, que teve a orientação da professora Maura Da Cunha, do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) da UENF.

Rudgea
Intitulada “Anatomia e micromorfologia foliar comparada de espécies dos gêneros Palicourea (Aubl.) e Rudgea (Salisb.) (Rubiaceae) em remanescentes florestais do Estado do Rio de Janeiro”, a pesquisa teve por objetivo a caracterização comparativa, anatômica e micromorfológica das folhas das espécies em questão.  Para tanto, Camilla utilizou as técnicas de microscopia óptica e de microscopia eletrônica de varredura.

O material de pesquisa foi coletado em três áreas de proteção ambiental no Estado do Rio de Janeiro: o Parque Nacional do Itatiaia, a Reserva Biológica de Poço das Antas e a Reserva Biológica do Tinguá, atualmente ameaçada por caçadores de animais silvestres, empresas poluidoras e a presença de um aterro sanitário beirando o local.

— Esta família se destaca, entre outras coisas, pelo seu potencial terapêutico. Há espécies que podem atuar como microbicidas, antiplasmódicos, analgésicos, anti-inflamatórios, antioxidantes e antitumorais — diz.

Fúlvia D'Alessandri

Um comentário:

  1. Nossa, amei seu trabalho. Pretendo seguir essa mesma área.
    "Acharemos novos destinos para a humanidade, procurando caminhos cheios de luz como esses!"
    bjs

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