Magda, que participa da equipe de Assessoria Técnica do Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) — que apoia cooperativas de catadores no Rio —, proferiu o seminário "Análise e formação de redes de cooperativas de catadores de materiais recicláveis no âmbito da economia solidária" no último dia 15, na UENF, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade.
— Os catadores já são uma profissão reconhecida. A nossa ideia é de que eles sejam pessoas ativas, que ouçam e sejam ouvidos. Assim como eles precisam aprender, também têm muito a ensinar e é isso que nós queremos que seja explorado e aproveitado — disse Magda, que fez o mestrado, também em Engenharia de Produção, na UENF.
Durante o seminário, ela falou sobre uma experiência positiva de organização em rede: a associação Recicla Rio, que existe há três anos e reúne cinco cooperativas em comunidades carentes da Zona Norte. A associação foi contemplada no Edital 001/2010 Funasa (Fundação Nacional de Saúde), obtendo financiamento (ainda em execução) para a compra de veículos e equipamentos, como caminhão para a coleta, balança e prensa. A rede conta com a parceria da Petrobras, setor de Tecnologia de Informação e Comunicaão (TIC), responsável pela elaboração de um software livre para obter a rota ótima de coleta.
— Na medida em que cada uma das cooperativas que integram a rede esteja fortalecida (estrutura física, equipamentos, transporte e capacitação) a atuação em rede adquire sentido e consequentemente garante sua sustentabilidade — afirmou.
Segundo a pesquisadora, as cooperativas ajudam os catadores em três pontos básicos para que o trabalho possa se inserir mais fortemente na economia. Primeiro, permite a parceria entre os catadores e o governo municipal para o aproveitamento completo do lixo. Segundo, possibilita a realização de um trabalho social, que aproxima estes profissionais da comunidade em que vivem. E, por último, ajuda na padronização da produção.
— Somente a partir daí é possível pensar na visibilidade econômica, o que pode se dar através dos trabalhos artesanais feitos com o material coletado — afirmou, acrescentando que as cooperativas capacitam o catador visando à qualidade do serviço, inserindo-o formalmente no mercado de trabalho.
Letícia Barroso
Fúlvia D'Alessandri
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