quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Crescimento de espécies florestais nativas


Jequitibá

O Brasil já perdeu a maior parte de suas florestas devido ao desmatamento. Iniciativas de reflorestamento, no entanto, esbarram na carência de estudos científicos que possam tornar as ações nesta área mais eficazes.  Uma pesquisa feita na UENF pode ajudar a entender um pouco mais sobre o plantio de espécies nativas para fins de reflorestamento. Trata-se do estudo “Crescimento de espécies florestais nativas em solos degradados da Região Serrana do Rio de Janeiro”, que embasou a dissertação do mestrando Daniel Gomes de Moraes pelo Programa de Pós-Gradação em Produção Vegetal da UENF.

Sob orientação da professora Deborah Guerra Barroso, do Laboratório de Fitotecnia (LFIT) da UENF, a pesquisa teve por objetivo conhecer o potencial de crescimento de espécies florestais nativas existentes na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, bem como o seu  efeito sobre determinadas características do solo. As espécies foram plantadas pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) em uma área degradada, anteriormente utilizada com pastagem.

— A importância deste trabalho está na carência de estudos sobre o potencial de produção de espécies florestais nativas. A ideia é pesquisar o efeito ambiental e o potencial produtivo para que tais espécies possam ser utilizadas futuramente tanto em plantios silviculturais e agroflorestais quanto nos trabalhos de recuperação e adequação ambiental das propriedades rurais — explica a professora Deborah.

Segundo Daniel, ainda é insignificante a experiência com espécies nativas no Brasil, embora exista uma grande quantidade de áreas aptas à inserção de florestas e agroflorestas, bem como extensas áreas degradadas e de reserva legal que devem ser, preferencialmente, recompostas e manejadas com espécies da flora brasileira.

— Pouco se sabe, por exemplo, sobre o seu potencial para a exploração comercial, que tanto pode ser direcionada para a produção de matéria-prima para fins econômicos quanto para trabalhos de recuperação de áreas degradadas — afirma.

As espécies estudadas são provenientes do trabalho realizado em 1992 pelo Inea (antigo Instituto Estadual de Florestas – IEF), que iniciou, neste ano, a implantação de talhões homogêneos e heterogêneos de espécies florestais  nativas, como forma de preservação dos remanescentes florestais e recuperação de áreas degradas em Trajano de Moraes (RJ). Os plantios tinham como objetivo a recomposição florestal em áreas de pastagem.

— O estudo do desenvolvimento de espécies florestais nativas em áreas degradadas permite avaliar o processo de recuperação da fertilidade dos solos, assim como o potencial de desenvolvimento das espécies para produção madeireira e não madeireira, além de introduzir novos produtos que atendam padrões de qualidade exigidos pelo mercado, ampliando e diversificando a oferta — explica. As pesquisas têm o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Fúlvia D'Alessandri

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