terça-feira, 17 de abril de 2012

Os riscos da internet em excesso


Dor de cabeça, nos olhos e na coluna, visão embaralhada, irritabilidade, dificuldade de dormir, lapsos de memória, ansiedade, stress. Se você sofre de algum desses sintomas e é fanática por internet, há uma grande possibilidade de estar sendo vítima de uma patologia ainda pouco conhecida, mas que já é alvo de muitos estudos: a normose informacional. Também denominada “patologia da normalidade”, a normose pode ser definida como o conjunto de normas, conceitos, hábitos e valores que, embora possam ser aprovados por consenso ou pela maioria em uma determinada sociedade, podem provocar sofrimento, doença e morte.

— A normose informacional caracteriza os aspectos patogênicos da cultura informacional. Ela pode ser desencadeada pelas facilidades e hábitos impostos pelas novas tecnologias de informação — diz a jornalista Carla Cardoso, autora da pesquisa intitulada “Informação em excesso: a normose e a percepção de nativos e imigrantes digitais no twiter”. Orientada pelo professor Carlos Henrique Medeiros de Souza (LCL), a pesquisa embasou sua dissertação de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem da UENF.

O principal objetivo da pesquisa — que usou uma metodologia quantitativa e qualitativa — foi verificar se há vestígios da normose informacional entre os usuários do microblog Twitter. A hipótese de Carla era a de que o ambiente do Twitter é propício para a propagação da normose, em virtude de sua dinâmica de atualização constante. Na primeira etapa da pesquisa, foi elaborado um questionário com 18 questões de múltipla escolha, endereçado a usuários do Twitter. O questionário ficou disponível por 30 dias, obtendo 205 respostas.

Embora a maior parte dos entrevistados não se considere “dependente” da internet ou do Twitter, Carla observa que grande parte deles admite ficar conectado “o dia inteiro”, lendo mais que 30 mensagens por dia. Dentre os entrevistados, 37% disseram sentir dor nos olhos, 27%, dor de cabeça; 35%, dor na coluna; 30% sentem ansiedade diante da busca e compartilhamento das informações na rede; e 30% afirmaram não sentir vontade de desligar o computador. Dezoito por cento informaram que sentem solidão, mesmo participando de uma rede que possibilita relações sociais.

— Embora esses sintomas possam ser identificados em pessoas que sofrem de diversas patologias, foram apontados por estudiosos da normose informacional como fortes indícios da patologia. Segundo Ryon Braga, tais sintomas podem evoluir para desordens do humor, irritabilidade, dificuldade de adormecer, distúrbios de memória, até chegar a níveis elevados de stress e desenvolvimento de comportamento neurótico — diz Carla.

A pesquisa sugere, segundo Carla, que os indivíduos que utilizam a internet de forma excessiva — embora este hábito seja atualmente considerado normal —, já demonstram sentir os sintomas característicos da normose informacional. Ela ressalta a necessidade de mais estudos sobre os efeitos físicos, cognitivos, comportamentais e sociais relacionados ao uso excessivo da internet.

Se você quiser saber mais sobre a pesquisa, veja a dissertação completa aqui.

Fúlvia D'Alessandri



2 comentários:

  1. Ih, Fúlvia, fiquei preocupada agora...

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  2. Tudo q é demais da problema! Esta pesquisa esta muito boa e de GDE UTILIDADE PUBLICA. A internet facilita muito a vidamas tb pode viciar.Bom senso e o melhor remedio

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