quinta-feira, 26 de abril de 2012

Setor acadêmico x setor produtivo


Um maior relacionamento entre o setor acadêmico e o setor produtivo contribui para aumentar o número de inovações originadas dentro das universidades? Pesquisa feita pelo mestrando Matheus Sepúlvida Peres Monteiro, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UENF, mostra indícios de que este fenômeno, de fato, ocorre.

— No entanto, também foram levantados indícios de que o setor acadêmico ainda se encontra pouco aberto ou é ineficaz neste tipo de relação, pelo menos no que tange à cooperação para a realização de pesquisas — diz Matheus, que teve a orientação do professor Manuel Antonio Molina Palma, do Laboratório de Engenharia de Produção da UENF (LEPROD).

Intitulada ‘Estudo sobre a influência da cooperação entre o setor acadêmico e industrial na inovação gerada pelas pesquisas universitárias no Estado do Rio de Janeiro: um olhar nas Engenharias”, a pesquisa foi defendida em 09/04/12. O trabalho aponta ainda indícios de que o desenvolvimento regional auxiliado pelas universidades pouco tem a ver com as inovações geradas nestas instituições.

— As universidades são grandes centros de conhecimento, apresentando grande potencial para a geração de inovações. Porém, a visão focada na aplicação do conhecimento é pouco difundida nos meios acadêmicos, mais focados na expansão de suas fronteiras. Uma maneira de potencializar a capacidade inovativa das universidades é aliar esta visão voltada para a criação de novos conhecimentos, típica da área acadêmica, à necessidade de aplicar tais conhecimentos de uma forma útil, típica da visão empresarial — afirma o pesquisador.

O universo da pesquisa foram os pesquisadores das áreas de Engenharia das principais universidades públicas do Estado do Rio — UENF, Uerj, UFF, UFRJ, UFRRJ e Unirio. Segundo Matheus, o que motivou a preferência por universidades públicas foi o fato de estas serem as principais produtoras de trabalhos científicos no Brasil. Já a área de Engenharias foi escolhida por cobrir um amplo ramo da ciência aplicada, tendo assim mais chance de manter relações com a indústria.

Foram enviados e-mails para professores/pesquisadores de 12 engenharias (agronômica, ambiental, civil e estrutural, de computação, elétrica e eletrônica, florestal, mecânica, metalúrgica e de materiais, de produção, de petróleo, química e de telecomunicações), propondo que respondessem a um questionário. Os dados obtidos foram analisados utilizando ferramentas da estatística não paramétrica.

Se você quiser saber mais sobre o assunto, veja a dissertação completa aqui.

Fúlvia D'Alessandri

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