Lagoa de Cima |
As coletas, visando a um levantamento qualitativo (presença x ausência), foram feitas em cinco praias da região: Atafona, Pontal de Atafona e Grussaí, em São João da Barra (RJ); Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes (RJ); e Santa Clara, em São Francisco do Itabapoana (RJ). Em todas as praias estudadas foi detectada a presença de pelo menos um gênero de parasita - helmintos (vermes) ou protozoários (micro-organismos). As coletas foram feitas em três pontos da faixa de areia: à beira-mar, na faixa intermediária e na faixa acima. A proporção geral de amostras contaminadas foi de 20% no Pontal de Atafona, 12% no Farol, 8,9% em Santa Clara, 5,4% em Grussaí e 5% em Atafona.
Entre as amostras contaminadas, destaque para a presença de ovos de ascarídeos (Ascaris sp, o gênero da popular lombriga e de outras espécies), verificada em todos os casos problemáticos de Atafona, três quartos das amostras contaminadas de Santa Clara e dois terços das amostras com positividade do Farol. Também foram detectados Ancilostomídeos (Ancylostoma sp, em ovos e larvas) e Toxocara sp. Nas praias, as coletas foram feitas de janeiro a abril de 2010.
— Foram encontradas fases larvares destes parasitos não só nas areias de praias aqui estudadas, mas também em beiras de lagoas e rios, oferecendo à população potenciais riscos de contrair zoonoses como Larva Migrans Cutânea (LMC) e/ou Larva Migrans Visceral (LMV), tanto pela presença de ovos quanto de larvas — explica Maria Angélica, orientadora do estudo. Para a pesquisadora, a solução passa pela melhoria no saneamento básico das regiões estudadas e por campanhas de posse responsável de cães mediante coleta das fezes com sacos plásticos.
Lagoas e áreas ribeirinhas – Nas lagoas, as coletas ocorreram de maio a agosto de 2010 nos seguintes pontos: Lagamar (Farol de São Thomé), Lagoa de Cima (Ibitioca), Lagoa do Vigário (área urbana de Guarus) e Lagoa de Grussaí. Todas apresentaram positividade para algum gênero de parasita. Formas parasitárias de Ancylostoma sp, por exemplo, estão presentes em todas as lagoas investigadas.
A hoje mestre Suzana Corrêa Wagner Barros coletou ainda amostras às margens dos rios Ururaí, na localidade do mesmo nome, e Paraíba do Sul, na comunidade do Matadouro. Em ambos os locais, pesquisados de setembro a novembro de 2010, foram encontradas amostras contaminadas com helmintos.
— Muito se fala em contaminação bacteriana por coliformes na água, esquecendo-se que a condição das areias também deve ser analisada para a liberação das praias num patamar que não ofereça riscos à população em lazer — conclui Maria Angélica.
Gustavo Smiderle
Mesmo que todo o esgoto de Campos e região seja tratado, vai levar bastante tempo para minimizar a presença dos microorganismos citados, em função dos séculos de descaso com o saneamento e dos animais domésticos que "passeiam" pelas orlas deixando os seus dejetos por lá.
ResponderExcluirBacana esse trabalho do pessoal da veterinária.
ResponderExcluirEste tipo de pesquisa deveria ser levada às autoridades responsáveis pela Secretaria de Obras, Saneamento, Águas do Paraíba...enfim, para que se "desconhecem" as características de suas secretarias, passem a realizar ações mais específicas. Afinal nosso município recebe quase 2 bi de royalties e é uma vergonha os responsáveis por administrá-lo não conhecerem isto.
ResponderExcluirParabéns aluna e professora!
Agradeço os Comentarios
ResponderExcluirParabenizo a Mestre Suzana Correa Wagner Barros ( medvet) por ter tido persistencia pois o trabalho ficou ótimo.
E levaremos sim os
resultados às autoridades competentes municipais. Pq a pesquisa deve unir a cientificidade às necessidades da população.
Profa Maria Angélica da Costa Pereira
Setor de Parasitologia/LSA-HV/CCTA