quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Saúde mental


Muitos já se perguntaram por que algumas pessoas mudam completamente de humor tão rápido, mas poucos sabem que esse pode ser um dos sintomas de um transtorno neurocomportamental. Hiperatividade, autismo e transtorno de conduta são alguns dos 350 transtornos neurocomportamentais identificados pela ciência. Mas como saber se uma criança apresenta sintomas de algumas destas doenças? Esse foi o tema da palestra que o professor Irineu Dias da Silva Filho, especialista em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCM/RJ), ministrou em 21/12 na UENF.

Segundo Irineu, grande parte dos transtornos neurocomportamentais tem causa genética. Um dos mais comuns é o Transtorno Afetivo de Humor Bipolar (TAB), considerado gravíssimo pelo fato de o paciente mudar da euforia para a depressão em questão de segundos. No Brasil, 3% a 4% da população sofre deste transtorno, enquanto no Japão pelo menos 9% da população é bipolar.

- Já é possível observar diferenças no comportamento da criança desde os dois anos de idade. Mas muitos pais não sabem como proceder. Há mães que se tornam depressivas. No entanto, há medicamentos e terapias para pessoas que sofrem com tais problemas – afirmou.

Outros problemas muito comuns, mas pouco conhecidos, são os Transtornos Disruptivos: o TOT (Transtorno do Opositor e Desafiador) e o TC (Transtorno de Conduta), que tornam a pessoa antissocial ao extremo, capaz de desafiar a todos e não aceitar regras. Enquanto os que padecem de TOT não aceitam limites, desafiando e opondo-se sempre a qualquer tipo de autoridade, os que sofrem de TC costumam agir de forma inadequada, quebrando e destruindo tudo que veem pela frente sempre que são contrariados.

Já a Hiperatividade, conhecida também como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) é o transtorno que mais afeta crianças e adultos no mundo todo. O TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) ou Transtorno de Ansiedade, causado por excesso de preocupação, também pode ser observado em crianças, principalmente naquelas que têm um medo excessivo de se separar dos pais.

- O investimento na neurociência hoje é de bilhões de dólares, mas muitos ainda não sabem identificar os sintomas dos transtornos neurocomportamentais. O tratamento é essencial, principalmente quando o paciente ainda é criança, pois as chances de não se crescer com a doença e não querer ser ajudado são menores – disse Irineu, cuja palestra ocorreu no âmbito do curso de Educação Inclusiva, coordenado pela professora Nadir Francisca Sant’anna.

Rafaella Dutra


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