sexta-feira, 24 de maio de 2013

Campus da UENF é refúgio para espécies

Estudo mostra que área verde da Universidade abriga 138 espécies de animais silvestres, entre anfíbios, aves e mamíferos

O campus da UENF vem servindo de refúgio para a fauna urbana de Campos. É o que mostra um estudo realizado pelo hoje mestrando Henrique Nogueira durante sua graduação em Medicina Veterinária pela Universidade. Segundo Henrique, à medida que a vegetação do município vem diminuindo, devido ao crescimento urbano, os animais vêm procurando refúgio na área verde localizada no campus da Universidade. Segundo a pesquisa, o campus abriga 77,3% da fauna registrada para a área urbana de Campos.

A pesquisa avaliou diversas espécies de animais encontrados na área verde do campus. No período de abril de 2009 a abril de 2010 foram registradas no local 138 espécies —16 anfíbios, 16 répteis, 102 aves e quatro mamíferos. Dentre os animais encontrados, havia cobras, marrecos, gaviões, aves migratórias, cachorros-do-mato e até jiboia de 2,5m.

— No entanto, acredito que este número tenha caído pela metade de lá para cá, devido ao aceleramento do processo de crescimento urbano — disse Henrique, que teve a orientação do professor Leonardo Serafim, do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da UENF.

A pesquisa dá uma amostra da fauna urbana de Campos ao reunir, além das espécies encontradas na UENF, também os animais recebidos no período pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas com Animais Selvagens (NEPAS), que atua na preservação da fauna de Campos e municípios vizinhos. No período, o NEPAS recebeu 115 espécies de animais silvestres, provenientes de oito municípios, sendo 113 nativas, três exóticas de vida livre e nove exóticas mantidas como pets não convencionais.

O objetivo da pesquisa, segundo o doutorando, foi reunir informações que possam ajudar a criar estratégias relevantes de conservação, desenvolvimento sustentável, preservação e criação de parques ecológicos no município.

Em relação aos anfíbios encontrados, três espécies podem causar irritação ou intoxicação em animais domésticos e seres humanos. São elas: Rhinella pygmaea, Rhinella icterica e Trachycephalus nigromaculatus.  Quanto aos répteis, foram constatadas nove espécies de serpentes. Uma delas é a Trilepida salgueiroi, registrada pela primeira vez em Campos dos Goytacazes por Figueiredo de Andrade em 2011.

O exemplar encontrado na UENF representa o terceiro espécime registrado para o município. Já as aves, com maior diversidade (102 espécies), foram divididas em 17 ordens, 35 famílias e 88 gêneros. Algumas são relativamente abundantes dentro do campus, como é o caso do canário-da-terra, da coruja-buraqueira, do bem-te-vi e do anu-preto. Os quero-queros também são de fácil visualização, pois utilizam os extensos gramados da universidade para construir o ninho e se alimentar.

— O campus da UENF representa uma área de descanso, caça, nidificação ou simplesmente de passagem para grande parte das aves — explica Henrique.
   
A lista da fauna de áreas urbanas de Campos ficou composta por 176 espécies, segundo os dados coletados no período entre 2009 e 2012. Isto representa, segundo Henrique, 15,7% da fauna de vertebrados terrestres registradas para o estado do Rio de Janeiro, sendo 16 de anfíbios (9,6%), 29 de répteis (22,8%), 118 de aves (18,1%) e 12 de mamíferos (6,5%). Nove espécies estão ameaçadas de extinção e duas são insuficientemente conhecidas.

Henrique Nogueira
Áreas verdes ajudam a manter biodiversidade

Henrique ressalta que o conhecimento da fauna e flora locais é imprescindível para minimizar os efeitos do crescimento urbano, como a exploração e destruição de recursos naturais. Segundo ele, grandes áreas de vegetação nativa são substituídas por prédios, avenidas, fábricas e todo um “arsenal de concreto e asfalto”. Ele observa que a preservação e a ampliação das áreas verdes são de suma importância para a manutenção da biodiversidade local. 

— Apesar de apresentar uma pequena área de vegetação, o campus da UENF tem um grande potencial para abrigar espécies, constituindo uma área que deve receber maior atenção para sua preservação e reflorestamento. O município de Campos, apesar de estar em constante crescimento e apresentar pequenas áreas preservadas, possui uma riqueza de espécies bastante representativa quando comparada com a fauna descrita para todo o estado do Rio de Janeiro — conclui.


Thais Peixoto
Fúlvia D'Alessandri

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Capim para energia: UENF apresenta resultados

Erik no campo experimental
O capim-elefante, mais conhecido pelo uso em pastagem, até pouco tempo atrás servia apenas para a alimentação do gado. Porém, estudos realizados com a planta mostram que seu potencial de produção de energia é três vezes maior frente às demais espécies de gramíneas, devido ao grande porte e a produzir muita massa. Além disso, é renovável com rápido crescimento, baixo custo e alta produtividade, portanto é uma grande fonte de rentabilidade. Esta foi a constatação de um estudo realizado por Erik da Silva Oliveira durante seu doutorado em Produção Vegetal pela UENF, sob orientação do professor Rogério Figueiredo Daher e coorientação do professor Niraldo José Ponciano, ambos do Laboratório de Engenharia Agrícola do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da UENF.

A pesquisa avaliou características de seis genótipos de capim-elefante (Cubano Pinda, Mercker Pinda, Mercker 86 México, Cameroon Piracicaba, Guaçu IZ-2 e Roxo Botucatu) em função de diferentes dosagens de adubação química, além de analisar a viabilidade econômica para fins energéticos em Campos (RJ). Dentre as espécies estudadas, o que obteve melhor desempenho foi o Cameroon Piracicaba, sem considerar o fator custo. Entretanto em termos de maior rentabilidade e menor custo (adubação nitrogenada), o genótipo que se destacou foi o Guaçu IZ-2. Segundo Erik, existe perspectiva de bons negócios no plantio do capim para pequenos proprietários de terras.

— A utilização do capim-elefante na forma de lenha é mais vantajosa, pois permite uma colheita anual e, por ser perene, não exige replantio e também não é preciso ter gastos com formação de nova área de produção. Além disso, sua produtividade é bem maior e ainda pode ser utilizado para os mesmos fins que o eucalipto. — explicou.

No estudo realizado, os pesquisadores tiveram resultados distintos de cada um dos genótipos para as diferentes doses de nitrogênio, assim como, dentro de cada uma das doses, obtiveram respostas de produtividades diferentes para cada genótipo. Os genótipos Cameroon Piracicaba e Guaçu IZ-2 se destacaram por produzirem respectivamente 58 e 40 toneladas de matéria seca no primeiro corte, com base em maiores doses de nitrogênio. Porém, o Guaçu IZ-2, em termos de adubação, obteve 44,10 toneladas de matéria seca por hectare, o que corresponde a 72,33% da produção do genótipo Cameroon Piracicaba. Dessa forma, a pesquisa constatou que seria melhor plantar mais hectares do tipo Guaçu IZ-2, pois em termos de produtividade seria mais viável.

Reciclagem de CO2

Para o orientador da pesquisa, professor Rogério Daher, tudo indica que em longo prazo o capim-elefante será uma das alternativas energéticas mais seguras devido à preocupação ambiental e também pela oportunidade de desenvolvimento regional.

— A queima desenfreada de petróleo contribui para o efeito estufa e ameaça o equilíbrio do clima da Terra. Como a queima de biomassa só recicla CO2 retirado da atmosfera através da fotossíntese, muitos países já vêm buscando essa fonte alternativa de energia — disse.

Erik relata que a cidade tem, aproximadamente, 120 cerâmicas que podem vir a usar este tipo de capim como combustível principal em suas olarias, reduzindo os custos de produção e aumentando a lucratividade deste setor industrial, além da geração de novos empregos que favorecem para o crescimento do município.

No processo de produção, primeiramente o capim plantado é cortado e secado naturalmente, em seguida é levado até a usina e através de esteiras, é conduzido às caldeiras, onde é queimado.

— Transformando o capim em lenha, é possível substituir a madeira extraída de forma predatória de florestas nativas, evitando assim, danos ambientais como devastação das florestas, erosão, assoreamento e morte de diversos rios. Pela alta produtividade de matéria seca, ele é utilizado na fabricação de tijolos e telhas em olarias no município através da queima direta na forma de lenha — afirmou Erik.

Empreendimentos do Norte Fluminense já aplicaram a técnica em busca de novas tecnologias de energia sustentável. A Cerâmica União, situada em Poço Gordo, foi a pioneira no investimento do capim-elefante como forma de energia alternativa em Campos dos Goytacazes.

Este capim pode ser utilizado na substituição da lenha de eucalipto não só em cerâmicas, mas também em outras atividades industriais, tais como siderúrgicas, metalúrgicas, laticínios, frigoríficos, usinas de açúcar e álcool, usinas de cimento, secadoras de grãos e indústria de base previstas para o complexo industrial Porto do Açu.

Termoelétrica já usa

A primeira usina termoelétrica do Brasil a produzir eletricidade a partir da queima do capim-elefante foi a Sykue Bioenergya Eletricidade, localizada na pequena cidade baiana de São Desidério, a cerca de mil quilômetros de Salvador. Em funcionamento desde 2010, a usina tem capacidade para gerar 30mw por hora, quantidade que consegue atender a uma cidade de 30 mil habitantes.

O capim-elefante é comprovadamente de origem tropical e se adapta bem às condições da maioria das regiões brasileiras. Atualmente é uma das forrageiras mais difundidas em todo o país. Foi introduzido no Brasil por volta de 1920, por meio de mudas provenientes de Cuba. Na região Sul, no período do inverno, o desenvolvimento é quase estático. Também na época da seca (junho a setembro), nos estados do Centro, a vegetação é paralisada, diminuindo o ritmo de crescimento e o respectivo rendimento. Nos estados do Norte e Nordeste, seu comportamento é ótimo nas zonas menos secas, ou seja, no litoral.

— O limite de produtividade do capim elefante encontrado na literatura está em torno de 50 a 70 toneladas de matéria seca por ano. Os resultados da minha pesquisa indicaram que os limites de produtividade mediante adubação nitrogenada de cobertura e sem irrigação variaram em função dos diferentes genótipos utilizados — concluiu Erik Oliveira.

Thaís Peixoto

Ciência para crianças

Olhar ao microscópio foi uma das atrações
Eles ainda estão no segundo ano do Fundamental (antiga primeira série), mas sua curiosidade pode levá-los bem longe. Um grupo de 16 alunos do colégio Sagrada Família, de Campos (RJ), visitou nesta quinta, 16/05/13, o campus Leonel Brizola, da UENF. Além de conhecer o Espaço da Ciência e fazer observações ao microscópio, a turminha bateu papo sobre o planeta Terra e seus vizinhos com um físico habituado a escrever para periódicos internacionais.

A visita faz parte do projeto "Aprenda mais conhecendo a UENF," desenvolvido pela Gerência de Comunicação (ASCOM), em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEX) da UENF. O objetivo é aprofundar a integração entre a Universidade e as escolas da região. Antes mesmo do início do roteiro, os pequenos estudantes já se encantavam com a natureza presente no campus, fazendo com que perguntas surgissem de todos os lados.

- Esse esqueleto é de verdade? – perguntou surpreso um dos alunos, ao se deparar com uma ossada de baleia na entrada do Espaço da Ciência.


Leia o texto completo, de Rebeca Picanço, no Portal da UENF.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Coluna Infinitum: As ideias de Giordano Bruno sobre o universo




As ideias de Giordano Bruno sobre o universo

Adriana Oliveira Bernardes
adrianaobernardes@uol.com.br


Muitas pessoas, ainda hoje, olham para o céu noturno e não sabem que aqueles diminutos pontos brancos são sóis, assim como o nosso Sol. Por se localizarem a grandes distâncias da Terra, as estrelas parecem pequenas, porém muitas delas são maiores que o Sol, apresentando dezenas de massas solares.

No tempo de Giordano Bruno, acreditava-se que a Terra fosse o centro do universo. Não se conheciam as galáxias e os bilhões de estrelas que as povoam. Giordano Bruno não acreditava nesta teoria, chamada geocêntrica, criada por Ptolomeu e sustentada por Aristóteles. Ele acreditava na teoria heliocêntrica de Copérnico, na qual o Sol, e não a Terra, estava no centro do universo. É, é isso mesmo, "do universo", pois nesta época nosso Sistema Solar era considerado todo o universo conhecido.

A teoria heliocêntrica teve sua origem na Grécia antiga com Aristarco de Samos e voltou à discussão com Nicolau Copérnico, que lançou seu livro sobre o assunto já no leito de morte. Ao contrário de Aristarco, que utilizou a lógica para chegar à conclusão que a teoria heliocêntrica era a correta, Copérnico mostrava que os cálculos funcionavam melhor quando se pensava no Sol como centro do universo.
Giordano Bruno

Giornano Bruno era um frade dominicano, nascido em Nola, na Itália, que divulgava ideias sobre teorias que não eram aprovadas pela Igreja. Fugindo de seus perseguidores, chegou a viver na França e na Inglaterra. Sua estada neste pais, inclusive, foi bem frutífera, já que leu nesta época Thomas Digges, um defensor da ideia de que o universo era infinito e não limitado como se pensava.

Nesta época, a Inquisição tinha grande força e muitas foram as pessoas perseguidas por defenderem ideias contrárias à Igreja. Quem divergia da Igreja, aliás, tinha grande chance de ir parar na fogueira. A Igreja não aceitava, por exemplo, as teorias não aristotélicas — o que, aliás, fez o livro de Copérnico ir parar no Index, livro da Igreja para obras proibidas.

Assim como Copérnico, Bruno era padre, tendo divergido das idéias que eram referenciadas pela igreja e que, como se sabe, transformaram-se em dogmas. Sobre as estrelas, Bruno acreditava que eram como o nosso Sol, constituindo-se em fonte de energia para planetas que as orbitassem. Bruno também cogitava que, se nosso planeta era habitado e se tantas estrelas podiam ser observadas no céu,  poderia haver outros mundos habitados.

Andrômeda

Atualmente, a astrobiologia aponta para a possibilidade de que estes mundos sejam habitados. Porém a possibilidade de que nosso planeta seja visitado por extraterrestres  não é considerada, porque, devido às grandes distâncias, a viagem seria inviável  — pelo menos com a tecnologia de que dispomos atualmente.

A verdade é que estamos a grandes distâncias um dos outros. A galáxia mais próxima da nossa, Andrômedra, encontra-se a dois milhões de anos luz de nós. Logo, para se chegar aqui, mesmo viajando na velocidade da luz — o que não é possível, segundo a teoria da relatividade restrita de Einstein — seriam necessários dois milhões de anos.

Em um de seus muitos livros, Bruno afirmou que o universo era infinito, que havia infinitos mundos habitados e que a evolução e não imutabilidade existente no universo era sinal de perfeição. Estas afirmações eram contra tudo que a Igreja pregava e havia transformado em dogma.

Bom, se Galileu passou o resto da vida em prisão domiciliar por afirmar que o Sol estava no centro do Sistema Solar e que os planetas giravam a seu redor, Bruno, que viveu alguns anos antes, não teve tanta "sorte". Giordano Bruno morreu em Roma em 1600, queimado na fogueira pelas mãos da Santa Inquisição, tendo sua língua pregada ao queijo para que não pudesse falar.

Bruno é considerado um homem à frente do seu tempo e tem hoje a maioria de suas idéias comprovadas pela ciência.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Jornalismo científico em pauta

Bárbara Zaganelli e seu orientador, o professor Marcelo Gantos
Pesquisa mostra que os espaços para a ciência nos telejornais regionais não chegam a ocupar 1% da programação

Os telejornais do interior do Estado do Rio de Janeiro dedicam menos de 1% de sua programação às notícias de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). A constatação é da jornalista e professora Bárbara Zaganelli, em sua pesquisa intitulada “A CT&I nos Telejornais Regionais”, realizada durante o mestrado em Políticas Sociais pela UENF.

— Identificamos por meio de pesquisas qualitativas e quantitativas que os noticiários do meio-dia dos principais canais de TV regionais não ajudam a população a saber o que de fato acontece dentro das universidades e instituições de pesquisa e, muito menos, a promover uma compreensão pública dos estudos científicos desenvolvidos na esfera pública. Algo que deveria ocorrer, já que quem financia a pesquisa é a população e as emissoras são concessões públicas — diz Zaganelli.

A dissertação, defendida em abril deste ano, teve a orientação do professor Marcelo Gantos, do Laboratório de Estudo do Espaço Antrópico (LEEA) do Centro de Ciências do Homem (CCH). Segundo Gantos, a pesquisa aponta os principais entraves e desafios à divulgação científica no telejornalismo local e propõe ações para melhorar a compreensão pública da ciência e a formação de uma cultura científica na região.

Bárbara Zaganelli, que atuou por mais de dez anos como jornalista de televisão, explicou que a ideia da pesquisa surgiu de uma inquietação enquanto jornalista e pesquisadora.

— Na época que trabalhava como repórter de televisão, observava que muito pouco do que noticiava era sobre pesquisas científicas, apesar de haver pautas interessantes nas universidades. Depois que comecei a fazer alguns cursos e pesquisas na UENF, verifiquei que de fato não havia divulgação. Dessa alma de jornalista e pesquisadora surgiu o desejo de saber o motivo dessa escassez de noticias sobre a CT&I nos jornais e o que poderia ser feito para tentar resolver o problema — contou.

Para a jornalista, um dos grandes desafios da divulgação científica na TV regional é a falta de profissionais qualificados. Segundo ela, as matérias sobre CT&I muitas vezes saem com erros gramaticais e conceituais graves. Dentre os diversos fatores que contribuem para isto, ela cita a falta de recursos materiais e humanos — tanto por parte das TVs quanto das assessorias das instituições de pesquisa —, o fato de a ciência não ser uma prioridade na visão dos gestores de jornalismo, além de esse tipo de matéria requerer mais tempo de produção e captação se comparada, por exemplo, às matérias factuais.

— Com isso, quem recorre aos telejornais regionais como única fonte para obter informações sobre CT&I fica pobremente informado sobre o assunto. Esta questão precisa ser repensada, principalmente, em relação às rotinas de trabalho de jornalistas e pesquisadores — alerta.

Letícia Barroso
Fúlvia D'Alessandri

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Fábrica de Conhecimento


Projeto de divulgação científica da UENF utiliza tecnologia 3D

Você sabia que o porco espinho — também conhecido como ouriço-cacheiro — habita a restinga de Iquipari, no Norte Fluminense? A vida deste e de outros bichos da região faz parte da mostra “Animais Silvestres do Norte Fluminense”, uma das atrações do Espaço da Ciência da UENF, agora incorporado ao projeto Fábrica de Conhecimento da UENF. Coordenado pelo professor Ronaldo Novelli, do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da UENF, o projeto Fábrica de Conhecimentos tem por objetivo integrar os diferentes conhecimentos produzidos na Universidade e disponibilizá-los para a comunidade. O público-alvo são os alunos do ensino fundamental e médio, além dos estudantes universitários.

— Trata-se de uma maneira diferente de levar o conhecimento científico aos estudantes, utilizando novas tecnologias, como por exemplo, a tecnologia de filmes 3D. A ideia surgiu quando esta tecnologia entrou no mercado. Logo percebi que esta ferramenta digital seria um ótimo recurso para a educação e tive a ideia de utilizá-la na Universidade — conta Novelli, que conseguiu o apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa (Faperj) no desenvolvimento do projeto.

A “Fábrica de Conhecimento” tem sido operacionalizada em cooperação com outro projeto de popularização da ciência, intitulado “Aprenda mais conhecendo a UENF”, desenvolvido pela Gerência de Comunicação (ASCOM) e Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da UENF (PROEX), voltado para viabilizar visitas de alunos do ensino básico à UENF. Com base nesta parceria, as escolas começam seu itinerário na sala de cinema 3D do Centro de Convenções, onde está disponível um acervo com mais de 2.500 vídeos educativos estereoscópicos em 2D e 300 vídeos estereoscópios em 3D, produzidos pela 3D Education. Depois da sala de cinema, os alunos percorrem o campus, conhecendo o Espaço da Ciência, Museu Anatômico do Hospital Veterinário, Herbário da UENF, Casa Ecológica, Projeto Caminhos de Barro, entre outros locais.

Na Fábrica de Conhecimento há também vídeos produzidos na própria UENF, pela equipe do professor Ronaldo Novelli. São vídeos de divulgação científica, que estão sendo depositados na Enciclopédia de vídeos educativos científicos deste projeto. Estes enfocam temas sobre a fauna silvestre regional, abrangendo animais como a cobra jiboia, a preguiça de coleira, o tamanduá mirim, entre outros. Também são apresentados vídeos sobre os ecossistemas do Norte Fluminense (manguezais, restingas, praias etc).

Fábrica de Conhecimento Itinerante - O projeto Fábrica do Conhecimento também vai às escolas que não podem ir até a Universidade. A próxima ida está marcada para 17/05, em Itaperuna. As visitas devem ser agendadas com pelo menos uma semana de antecedência através do site do projeto.

Em 09/04, a Fábrica de Conhecimento Itinerante visitou a Escola Estadual Ataíde Dias, no Parque Santa Rosa, em Campos dos Goytacazes. As visitas ocorreram de manhã e à noite, com a participação de aproximadamente 260 alunos. Eles assistiram a uma série de vídeos em 3D sobre temas como a vida no fundo do mar, animais silvestres e ecossistemas do Norte Fluminense. Veja fotos da visita:












Letícia Barroso
Fúlvia D'Alessandri