O disco solar está instalado no Núcleo de Energias Alternativas da UENF |
Intitulada “Construção e implementação no Brasil de sistemas de concentração solar e materiais fotocatalíticos para purificação química e biológica em águas e ar”, a pesquisa tem a coordenação da professora Maria Cristina Canela e colaboração do professor Benigno Sanchez Cabrero, do CIEMAT – Plataforma Solar de Almeria, Espanha, que atua como pesquisador visitante especial na UENF.
— O professor Benigno vem trabalhando incansavelmente neste projeto junto conosco. Ele vem três meses por ano ao Brasil só para isso. Além disso, co-orienta os estudantes envolvidos e faz questão de fazer vários ensaios e aprimorar os experimentos com a sua experiência na Plataforma Solar de Almeria — diz a professora Maria Cristina.
Segundo ela, trata-se de uma tecnologia de fácil manipulação, não sendo necessária mão-de-obra especializada para a manutenção rotineira do equipamento. Constituído por uma estrutura leve de alumínio, o disco solar é multifacetado e conformado por espelhos simples, que são dispostos de maneira que haja baixa resistência ao ar. Além disso, o equipamento não requer custos altos de instalações.
Maria Cristina Canela e Benigno Sanchez |
- O Brasil tem investido muito nos últimos anos em energias renováveis e o potencial brasileiro para energia solar não pode ser negligenciado e pode ser importante tanto do ponto de vista de grande escala como em pequenas unidades – afirma Cristina.
Segundo Cristina, a tecnologia de concentradores solares surgiu na década de 1970 como um caminho para a produção de energia através do aquecimento de um fluido e para tratamento de materiais pela concentração de energia do sol em uma área definida. Os discos solares podem produzir concentração de energia muito alta e então alcançar um aumento significativo de temperatura. Diferentes sistemas têm sido desenvolvidos para esta finalidade, embora em alguns casos estes discos possam necessitar de grandes áreas e serem muito caros.
- Nosso disco solar pode captar a luz solar e concentrá-la em um ponto, onde deverá ter um sistema para passagem da água, que será aquecida a alta temperatura, promovendo a sua desinfecção. É um processo de baixo custo, que utiliza energia renovável, ocupa pouco espaço, não consome reagentes químicos e precisa de pouca manutenção – explica Cristina, lembrando que nas comunidades rurais o equipamento poderia ser utilizado para tratar a água a ser consumida no próprio local de uso, melhorando assim a qualidade de vida das populações e evitando problemas com enfermidades hídricas.
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