Foto de Lilian Sander Hoffman |
No litoral sul do Brasil, os golfinhos da espécie Tursiops truncatus (Montagu, 1821), popularmente conhecidos por golfinhos nariz-de-garrafa (foto), são considerados verdadeiros aliados para os pescadores, enquanto no Rio de Janeiro a sua presença é vista como um obstáculo para a captura de peixes. Os dados estão na tese de doutorado da bióloga Camilah Antunes Zappes pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais da UENF.
A interação positiva entre pescadores e golfinhos existe principalmente em Barra de Imbé/Tramandaí (RS). Ali, existe a chamada “pesca cooperativa”, na qual os golfinhos auxiliam os pescadores encurralando os cardumes de tainha até a praia. Nestes locais, já é costume entre os pescadores observar o comportamento dos golfinhos e só iniciar a pesca quando eles fazem a chamada “batida de cabeça”, contribuindo assim para a conservação da espécie. Já em outros locais, como o Arquipélago das Cagarras (RJ), por exemplo, os golfinhos são vistos como ‘competidores”. Muitas vezes, eles ficam presos acidentalmente nas redes de espera, pois não percebem o artefato submerso, já que não existe a intenção dos pescadores em capturá-los.
A pesquisa, realizada no litoral brasileiro e uruguaio, também teve por objetivo descrever e interpretar o conhecimento dos pescadores artesanais em relação ao golfinho nariz-de-garrafa e obter informações sobre a ecologia da espécie. O trabalho foi orientado pela professora Ana Paula Madeira Di Beneditto, do Laboratório de Ciências Ambientais da UENF, com coorientação do professor Artur Andriolo, do Laboratório de Ecologia Comportamental da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Se você quiser saber mais, leia o artigo sobre a pesca cooperativa no Rio Grande do Sul. Camilah também está à disposição através do email camilahaz@yahoo.com.br
Fúlvia D'Alessandri
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