Verônica Scarpini mostra o adoquim |
Pesquisadores do Laboratório de Materiais Avançados (LAMAV) da UENF vêm tentando buscar alternativas para diminuir tais impactos e, ao mesmo tempo, incrementar o parque industrial de Campos. Eles obtiveram sucesso na produção de um piso do tipo adoquim (intertravado de cerâmica) utilizando em sua composição o refugo da cerâmica calcinada e quebrada, conhecido como chamote. Em escala laboratorial, foram produzidos pisos com resistência superior a 50 MPA (megapascais) — podendo, assim, ser utilizados em locais de tráfego pesado.
O estudo, orientado pelo professor Carlos Maurício Fontes Vieira (LAMAV), embasou a dissertação de mestrado da bióloga Verônica Scarpini Cândido pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, defendida em 26/01 e intitulada “Utilização de argilito e chamote, proveniente de blocos de vedação, para produção de pavimento intertravado cerâmico - Adoquim.”
— O chamote normalmente é descartado às margens de rodovias ou em áreas de matas, não permitindo neste caso o desenvolvimento das plântulas. Ao utilizarmos este material, diminuímos substancialmente a quantidade de argila na massa — afirma Verônica.
Segundo a pesquisadora, o pavimento intertravado de cerâmica — adoquim — é uma alternativa ao piso intertravado de concreto, com a vantagem de não precisar ser pintado. Isto porque possui naturalmente uma cor avermelhada, proveniente dos óxidos de ferro presentes no material. Ela observa que, atualmente, as formas mais rústicas, como é o caso do adoquim, vêm sendo muito valorizadas no mercado. O chamote é triturado e misturado ao restante da massa, constituída por dois tipos de argila local e argilito proveniente de Itu (SP).
— O argilito é um material fundente, ou seja, capaz de diminuir o ponto de fusão e melhorar as propriedades físicas e mecânicas dos materiais cerâmicos, como absorção de água e resistência mecânica. Ele é necessário porque as argilas locais têm caráter refratário, ou seja, suportam altas temperaturas de queima. Isso não é vantajoso, pois requer uma quantidade maior de combustível para a queima — explica Verônica, acrescentando que duas indústrias de cerâmica locais estão apoiando as pesquisas e deverão incorporar a tecnologia da UENF em sua produção: a Stilbe e a Arte Cerâmica Sardinha.
Fúlvia D'Alessandri
Gostaria de saber os contatos da professora Veronica ou do professor Carlos MAurício, meu contato é André Pereira, grupo ECON. (84) 9978-7500 9955-1532 econnparelhas@hotmail.com.
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