quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Entenda as unidades de medida de chuvas e cheias

Casa parcialmente inundada na região do Matadouro, Campos

Em tempos de chuvas fortes e inundações, circulam muitos dados sobre medidas de volumes de chuva e níveis dos rios. Mas o que estas medidas realmente significam? A repórter Rafaella Dutra ouviu o especialista Valdo Marques, professor titular do Laboratório de Meteorologia da UENF.

Os quantitativos de chuva são expressos em milímetros a partir de dois tipos de aparelhos. Um deles, chamado pluviômetro, mede a quantidade acumulada de chuva que cai em um período de 24 horas. Já o pluviógrafo mede continuamente, podendo variar o período entre uma medição e outra até 25 segundos. O pluviógrafo tem dois tipos: um bastante antigo e outro mais moderno, eletrônico, que calcula, através de pulsos, o quantitativo de chuva expresso em milímetros e referente ao período de tempo regulado pelo operador. Geralmente é calculado de hora em hora.

Paraíba no Centro de Campos, ainda sem ultrapassar o dique
- Se em 1 m² chover pelo menos 25 mm por hora, a chuva é considerada forte e merece uma atenção maior - explica o professor Valdo. Os parâmetros de intensidade são os seguintes: para volumes de 1,1 mm a 5 mm, a chuva é considerada fraca; de 5,1 a 25 mm é considerada moderada; de 25,1 a 50 mm é forte; e a partir de 50 mm é muito forte.

O pesquisador José Carlos Mendonça, que atuou por três anos como professor visitante do Laboratório de Meteorologia da UENF, explica a medição de chuva em outras palavras:

- Quando utilizamos a unidade milímetros, estamos nos referindo à altura da coluna de água. Um milímetro é igual a um litro em um metro quadrado. Se você espalhar uniformemente um litro de água sobre uma superfície de um metro quadrado, você terá uma coluna d´água de um milímetro. Sessenta milímetros seria o mesmo que espalhar 60 litros em um metro quadrado. Se chover 60 mm em uma área de 1 mil metros quadrados, teremos então um volume de 60 mil litros ou 60 metros cúbicos.

Também o nível dos rios é sempre monitorado e anunciado em tempos de chuvas intensas. No caso do Rio Paraíba do Sul em Campos (RJ), a medição é feita em relação ao nível do mar, e não em relação ao nível normal ou mesmo ao fundo do rio.  Às 12h desta quarta, 04/01, o Paraíba atingiu a cota 10,87 metros, levando a Defesa Civil a interditar a Ponte Barcelos Martins e a se decidir pela colocação de sacos de areia em bueiros. Às 16h, o rio já tinha atingido a cota 11 metros. Para períodos de verão, em que a vazão é maior, o nível normal seria algo em torno de 8 metros acima do nível do mar, como explica Mendonça.

Proximidades da llha do Cunha, em Campos
Nos três primeiros dias do ano, Campos registrou 85,4 milímetros de chuva, o que equivale a 63,2% da média de chuvas para o mês inteiro. Os dados, da estação do INMET no Colégio Agrícola.

As fotos desta postagem são de Alexsandro Cordeiro de Azevedo, da ASCOM/UENF, e foram feitas por volta das 12h desta quarta, 04/01/12. Veja outros registros abaixo:


No bairro da Pecuária, água minando atinge o asfalto
 
Acesso à ponte da Lapa, do Centro para Guarus


Morador circula no alagamento: riscos à saúde

Rafaella Dutra / Gustavo Smiderle

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